quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Vamos construir...

UM CASTELO

Pesquisa e trabalho de Sean Michael Siytangco-Johnson


O que é um castelo?

O termo “castelo” designa sempre uma construção altamente defensiva, relativamente pequena, com pelo menos uma torre e muralhas protectoras circundantes.

Para que serve um castelo?

Erguido no cimo de um monte ou construído no meio da planície, o castelo destinava-se, em primeiro lugar, a proteger as comunidades das terras circundantes (aldeias e casais) e as vilas ou cidades muitas vezes construídas dentro das suas muralhas.

Em tempo de guerra, servia de refúgio às populações da região e aos seus haveres transportáveis – especialmente o gado. Por isso, os castelos possuíam grandes áreas de terreiro, grandes cisternas para armazenamento de água e celeiros.

Nos castelos mais complexos, podemos distinguir duas zonas:
- a alcáçova - área mais fortificada (o castelo propriamente dito), composta por uma torre e um recinto com muralhas;
- a almedina - espaço rodeado de muralhas onde se encontra a localidade, com torres protegendo as portas.


Castelo e vila do Sabugal

Assim, as povoações nascidas em torno do núcleo principal do castelo (alcáçova), têm uma organização circular ou espiralada, como se pode observar na planta do centro histórico do Sabugal e nas fotos aéreas dos centros históricos de Seia e de Celorico da Beira.


Castelo de Lamego: O castelo de Seia deveria ser muito semelhante ao de Lamego e de Celorico, que faziam parte da mesma linha defensiva.

Castelo de Celorico da Beira – vista aérea



Castelo de Linhares
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Castelo Mendo – gravura do séc. XVI


TENTA ISTO EM CASA!


Castelos dos Velhos Tempos

Os castelos começaram a surgir no século IX, em resposta às incursões Normandas e Magiares, ao Norte e ao Centro, e às lutas da Reconquista cristã na Península Ibérica, mas quase sempre como manifestação do poder político descentralizado dos senhores feudais. Fora das paredes do castelo, havia casas e as fazendas do povo.

Entre o século IX e o século XV, milhares de castelos foram erguidos pelo continente europeu. Durante este período, os senhores feudais eram a lei e as suas torres, e depois castelos, a garantia de segurança e da ordem para as populações locais e seus haveres (colheitas e gado). Quando havia um ataque ao castelo, o povo tinha o direito de entrar no recinto amuralhado mas as torres eram reservadas aos nobres senhores do castelo.

As Torres defensivas

Na transição da Alta para a Baixa Idade Média, construíram-se muitas torres defensivas, erguidas em pontos elevados, empregando os materiais mais abundantes em cada região: madeira, taipa e, posteriormente, pedra.

Tipicamente, estas torres apresentavam planta circular ou quadrangular, com dois ou três pavimentos que se comunicavam entre si por escadas.

De forma geral, o pavimento inferior não apresentava janelas ou quaisquer aberturas, sendo utilizado como depósito, cisterna ou prisão. Em época posterior, este pavimento inferior passou a abrigar o corpo da guarda.

O pavimento intermédio tinha função social (salão de convívio, refeições e festas) e o superior passou a ser utilizado para a vida privada. No alto, o terraço tinha função defensiva.

Ao abrigo e ao redor destas torres, que combinavam as funções de atalaia, aviso, depósito de víveres e residência senhorial, os habitantes da região iam erguendo as suas residências.

Durante a Baixa Idade Média, as defesas foram progressivamente aperfeiçoadas com cercas adaptadas ao terreno e fossos, cisternas e poços. O topo dos muros e das torres foi recebendo caminhos de ronda (adarves), ameias e merlões, seteiras, palanques defensivos e balcões com matacães.